O ambiente externo e sua influência sobre as compras

Perfil Braspag

5 de fevereiro de 2016

Negócios

O ambiente externo e sua influência sobre as compras

O que mais me impressionou na última edição da tradicional feira do varejo norte americano, o Big Show da National Retail Federation (NRF) não foram os inúmeros conteúdos e tecnologias associadas à gestão multicanal das vendas, o contínuo crescimento do mobile na influência de decisão de compra ou as aplicações visionárias sobre Internet of Things no varejo, em futuro próximo. Afinal, são temas recorrentes deste e outros eventos internacionais há alguns anos.

Entretanto, o Big Show agregou temas interessantes como tendências na mudança do comportamento do consumidor, influenciado por novas implicações sociais, políticas e a constante evolução tecnológica do mundo moderno. Analisar os impactos destas influências é essencial para o mercado de varejo, em especial, o comércio eletrônico, que pode utilizar ferramentas para conhecer o seu público e, consequentemente, a melhor maneira de atraí-lo e satisfazer suas necessidades.

Marian Salzman, CEO da Havas PR North America, foi a grande “guru” nesta abordagem. Ela apresentou, no encerramento do Big Show deste ano, as principais tendências de 2016 que merecem nossa atenção, já que ela é conhecida por antecipar as principais mudanças comportamentais das últimas duas décadas.

Entre as novas tendências apontadas por Salzman, eu destaco:

• Medo: nos grandes centros urbanos, o medo das pessoas é crescente. Pode ser pelo aumento da violência, ameaças terroristas, incertezas ou crises. São inúmeros fatores na sociedade moderna que aumentam a tensão do dia a dia. Esta ansiedade ou medo está influenciando a forma como as pessoas vivem e, certamente, o que e como consomem produtos e serviços. A oferta de itens de segurança é a indicação mais óbvia dessa tendência, ou como tornar o ambiente de venda (loja física ou online) mais seguro, pessoal, confiável e amigável para influenciar a decisão e preferência de compra.

• Aplicativos (Apps) fazendo parte da vida: o celular foi incorporado à rotina das pessoas, que convivem com seus smartphones 24 horas ao dia. O hábito do uso de apps, seja para controlar a dieta, fazer um programa de preparo físico, monitorar pressão ou planejar atividades de lazer é crescente. No consumo, é importante construir um aplicativo relevante, funcional e que ajude as pessoas a interagirem com marcas e lojas. Um exemplo interessante desta abordagem foi repercutido em outra apresentação feita por Kevin Plank, fundador da Under Armour, que investiu milhões para desenvolver aplicativos que ajudam seus clientes a monitorar a vida atlética e dados relacionados ao bem estar. Uma forma de ser relevante em tema de grande atenção, ligado ao seu segmento de atuação.

• O poder da “Nuvem”: é impressionante a quantidade de informação do dia a dia que é armazenada virtualmente: bibliotecas de músicas compartilhadas, arquivo de dados pessoais, histórico de compras, dados sensíveis de autenticação, biometria, entre outros. Os varejistas precisam entender o balanceamento correto da sua relação física e virtual com os consumidores. Para determinados negócios pode fazer mais sentido o envolvimento virtual, baseado na “nuvem”, ou físico em lojas e centrais de consumo. Não existe uma receita fixa válida para todos os casos. O desafio de cada empreendimento varejista é entender qual a forma mais eficaz para envolver o seu cliente, a fim de ter melhor interação e experiência de compra.

Neste ambiente, tão tecnológico e inovador, fica a reflexão sobre a importância em considerarmos o impacto do ambiente externo e suas transformações sobre o consumidor, gerando novas necessidades em relação ao consumo. Somente, com esta analise amplificada, poderemos oferecer produtos e serviços com maior assertividade e satisfação do público.

Gastão Mattos
CEO

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